O luto é um processo doloroso ocasionado pela perda de um pet querido cuja maneira de ser vivenciado depende de diversos fatores, como circunstâncias da perda, da nossa personalidade e a presença familiares e amigos.
Sabemos que não há uma fórmula mágica para lidar com o luta ou solução universal para eliminar a tristeza. É com este pensamento que foi criado este guia, que esperarmos venha ajudar pessoas passando pelo luto, e também aquelas que conhecem alguém em luto, a entenderem o processo e conseguirem lidar um pouco melhor com as dificuldades da perda.
Luto é o processo de vivenciar e lidar como uma perda que afeta nossa vida, como o término de uma relação, a morte de um ente ou pet querido, ou até mesmo a perda de um emprego. Esse sentimento vem acompanhado de profunda dor e tristeza.
A maneira de vivenciar o luto depende muito das circunstâncias da perda, da nossa personalidade, do modo como lidamos com momentos difíceis, da disponibilidade de apoio de familiares e amigos, entre muitos outros fatores. Mas, de modo geral, existem algumas fases comuns ao se processar o luto e lidar com a perda. São elas:
O choque produzido pela perda faz com que neguemos os fatos, por necessidade de auto defesa, de forma consciente ou inconsciente. A negação pode se manifestar em sensações de entorpecimento, incredulidade e ausência.
Depois da negação, a revolta se instala e é dirigida a tudo e todos, até a si mesmo ou a Deus. Não conseguimos entender por que estamos passando por esta experiência e nos sentimos injustiçados.
Esta fase envolve questionamentos repetitivos, geralmente ligados a culpa. É quando tentamos negociar com Deus ou com o destino, nos perguntando se poderia ter sido diferente, se poderíamos ter evitado o que aconteceu, etc.
É a etapa mais profunda da dor, quando sentimos uma tristeza prolongada, desinteresse pelas atividades habituais, vontade de nos isolarmos do mundo e do convívio com outras pessoas. Sintomas físicos como insônia, perda de peso ou de apetite, são comuns.
Quando percebemos que, apesar da perda ser enorme e irreversível, conseguimos conviver com ela e seguir em frente. Aos poucos, os pensamentos de tristeza diminuem, dando lugar a memórias positivas do ente ou pet querido.
É importante lembrar que todos esses sentimentos são normais em situações de luto, e que não há nada de errado em procurar a ajuda de amigos, familiares, ou de profissionais como psicólogos e psicoterapeutas.
Quais as reações mais comuns no processo de luto?
Quando somos atingidos para uma perda, as reações são as mais variadas e acontecem em vários níveis: físicos, mentais, sociais, emocionais e cognitivos.
Podemos ter a sensação de perder o pé das coisas, como se o mundo desabasse de uma vez só, ou ficar anestesiados, com uma impressão de incredulidade, como se estivéssemos num sonho, prestes a acordar de um pesadelo a qualquer momento. Podemos sentir raiva, nó na garganta, falta de energia, boca seca, confusão, falta de apetite, hiperatividade e até alívio.
Todo este turbilhão de sintomas é normal e devemos dar vazão a ele para que o processo do luto siga seu curso normalmente.
O site do Instituto de Psicologia 4 Estações fez uma lista bem completa sobre isso:
Quanto tempo dura o luto?
Não é possível dizer com precisão. Cada pessoa lida com o luto à sua maneira mas, no caso da perda de uma pessoa querida, é comum que esse processo leve de 1 a 2 anos, relação aos pets não temos pesquisas com esse tema.
Alguns sintomas de que a pessoa está evoluindo no processo do luto são: conseguir falar sobre a pessoa ou pet que morreu sem dor e sem chorar, podendo, no entanto, sentir tristeza. Voltar a sentir interesse pela vida, adaptar-se a novos papeis.
Muitas vezes, para ajudar a lidar com luto, é necessário procurar ajuda profissional de agentes de saúde especializados. Os atendimentos são feitos de forma individual ou em grupo.
Usar expressões que subestimem o ocorrido, como “isso passa“, “foi melhor assim“, “o tempo cura“, etc.
Não saber o que dizer para alguém que sofreu uma perda é uma coisa comum. Como na sociedade brasileira, e a ocidental em geral costumamos ignorar a morte e as situações de perda, não nos sentimos preparados para ajudar alguém que está de luto. Na verdade, o mais importante é manifestar seu carinho e acolhimento de forma verdadeira. Palavras como: “sinto muito“, “estou aqui com você“, e “conte comigo“, são apropriadas. Sua presença, mais do que qualquer coisa, é o importante. Tudo o que uma pessoa precisa, nesses momentos difíceis, é solidariedade genuína, algo que também pode ser chamado de empatia.
Quando perdemos alguém que amamos, parece que o chão se abre e que vamos ser engolidos pela dor. Ao mesmo tempo, sabemos que temos que ser fortes e enfrentar a situação, lidar com os ritos do sepultamento e do adeus. Nestas circunstâncias, é natural ter reações como crises de choro, apatia, alterações de sono, de apetite e de humor. Ou sentir-se distante de tudo, como se aquela situação não fosse real. Parece que tudo perdeu o sentido e que as tarefas corriqueiras são difíceis, ou inúteis demais, para serem realizadas.
Por isso, quem quiser ajudar alguém que está vivenciando um luto recente, pode se oferecer a ajudar nos afazeres do dia a dia, até que o enlutado esteja em condições de retomar, aos poucos, a rotina. Esse é um momento de grande vulnerabilidade e sofrimento, pois é quando se percebe que teremos que voltar à vida cotidiana sem o ente querido. Tudo está como sempre esteve, e no entanto tudo mudou completamente.
Abra espaço para que o enlutado possa falar e esteja disponível para ouvir, com paciência, acolhimento e sem julgamentos. Caso ele não queira falar, não force. Apenas esteja presente, sem pressionar. Lembre-se que o tempo do luto pode ser longo e que não há maneiras normais ou anormais para senti-lo. Além disso, é possível ajudar se oferecendo para cuidar de questões práticas como ir ao banco, cuidar da casa ou ajudar com as crianças. Tente telefonar ou estar presente nas datas comemorativas que geralmente trazem tristeza: Natal, aniversários, Dia das Mães, Dia dos Pais, etc. Demonstre carinho com pequenos mimos: um bolo, uma planta, um livro.
Se um colega ou um funcionário perdeu um ente querido, não importa o quanto você é íntimo ou não, converse com ele assim que possível e manifeste sua solidariedade, dizendo que sente muito, e perguntando se ele precisa de ajuda com o trabalho. Assim, ele se sentirá acolhido e amparado.
Os meses que se seguem à perda de alguém próximo são marcados por profundas alterações de comportamento, inclusive no trabalho. É possível que o colega sinta dificuldade de concentração, tristeza, desânimo, problemas para dormir, alterações de humor, alterações alimentares, etc. Os gestores devem deixar claro que entendem e respeitam o momento difícil em que o funcionário pode não estar tão produtivo. E os colegas devem ajudá-lo no que for possível.
Texto Adaptado por MV Micael Fernandes - Médico Veterinário